quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ouse pensar diferente... daremos um jeito em você...

Você já se sentiu como o personagem desta ilustração?
Nunca havia experimentado tal sensação até começar a pensar, ponderar e manifestar discordâncias com relação ao sistema religioso vigente na igreja.

Parece que não há espaço para opiniões e pensamentos divergentes daqueles preconizados e ensinados pelo sistema religioso local.

É necessário que todos pensem igual, ajam do mesmo modo e concordem com tudo o que o líder religioso ensina, utilizando-se da bíblia para tal, caso contrário, esta pessoa começa a ser vista como "alguém do mal". Isso faz com que a pessoa, mesmo que discorde de algumas coisas, torne-se adepta do mesmo modo de pensar e agir para poder ser visto sem preconceito pelos demais do grupo. É a famosa política da Aceitação.

Mas a qualquer possibilidade de ameaça que você gere contra o sistema vem logo uma intimidação: "olha, cuidado com a rebeldia", "não toques no ungido do Senhor, lembre de Davi...", "não ouse se levantar contra o escolhido de Deus" e demais frases intimidatórias utilizadas para amedrontar.

Ouvi certa líder dizendo sobre alguém que estava pensando diferente do sistema: "tadinho, tá doente... vamos orar por ele...".

Frequentemente ouvimos maldições proferidas de cima de púlpitos por ditos "servos do Altíssimo" sobre pessoas que pensam diferente do que o ensinado pelo sistema. E o pior é que usam a bíblia para embasar suas maldições. Isso mesmo. Isto é repugnante e totalmente contra o mandamento no qual Jesus resumiu todos os demais: "Amai a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a você mesmo."

Infelizmente o que temos visto dentro das igrejas, de um modo geral, é isso: "ou você pensa igual e defende nosso código de conduta ou damos um jeito de jogá-lo na fogueira e qualificá-lo como rebelde". Para o líder é fácil fazer isso, afinal ele tem o microfone e o respeito da maioria.

Pergunto:
Isso é amor ao próximo? Jesus agiria assim?
Será que Jesus atacaria ou amaldiçoaria alguém que ousasse discordar de seus pensamentos?
Será que Jesus gostaria de nos ver amaldiçoando aqueles que não aceitam doutrinas e pensamentos que defendemos como bíblicas e corretas? Ou será que Ele gostaria que apenas amássemos essas pessoas?
Até quando vamos matar pessoas que não aceitam nossas "verdades absolutas e imutáveis"?
Pense na sua resposta.

Temo que a igreja esteja caminhando para o contrário do que Jesus ensinou no evangelho.
Temo que líderes eclesiásticos estejam mais preocupados com códigos de conduta de suas igrejas do que com o amor as vidas.
Temo que alguns líderes estejam mais preocupados em alcançar a tão pregada prosperidade do que em cuidar de órfãos e viúvas.
Temo que os interesses pessoais de líderes atuais estejam acima dos interesses do Reino.
Temo que a igreja esteja fazendo, muitas vezes, um desserviço ao Reino.
Temo que a motivação de muitos líderes seja errada.
Temo que líderes têm ensinado aquilo que é conveniente para encher suas igrejas.

Lamentavelmente este é o panorama da igreja atual.

A religião tem sido mais adorada e honrada do que o próprio Deus.

Participei de uma cerimônia de ordenação em uma determinada denominação. Não pude deixar de observar que na declaração de lealdade a ordem era: primeiro ao pastor, segundo a igreja e seus interesses e em terceiro a Deus. Caramba, pode uma coisa dessa?

Enquanto agirmos dessa forma estaremos enganando a nós mesmos. Estaremos alimentando nosso próprio ventre e deixando de lado as prioridades do evangelho.

Diante disso tudo concluo:
FUJA DA RELIGIÃO, FUJA DOS MAUS LÍDERES, FUJA ENQUANTO HÁ TEMPO...
VIVA O EVANGELHO E A LIBERDADE PARA QUAL O SENHOR JESUS NOS CHAMOU...

Vale a pena não compactuar com as mentiras da religião e defender as verdades do evangelho, mesmo que para isso você seja empurrado para a fogueira...

PENSE NISSO,

Ledinei Espindula

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Como a Igreja tornou-se a igreja...


Leia com atenção esse texto de Cáio Fábio. É uma reflexão histórica sobre a secularização da Igreja de Cristo e sua transformação em igreja institucional. Até hoje confundem-se os termos Igreja e igreja.
A primeira é o Corpo de Cristo onde estão inseridos todos aqueles que O aceitam como Salvador e professam sua fé no Cristo verdadeiro, seguindo o Evangelho. A segunda é a instituição criada pelo homem com suas doutrinas e costumes (variáveis culturalmente). As 02 existem e você pode fazer parte de ambas ou apenas de 01 delas.
Participar da igreja não é o suficiente. Ser Igreja sim é suficiente, aí tanto faz qual igreja se frequenta, ou não se frequenta... A verdade é que hoje há muitos na igreja sem serem Igreja, assim como há muitos que são Igreja sem fazer parte de alguma igreja.
Quando Jesus fala que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, ELE está falando do Corpo e não da instituição.
Agora, quanto a igreja (instituição), cada uma faz o que acha certo para manter seu rebanho em 'pastos verdejantes'. Por isso há tanta diversidade, doutrinas e novidades entre as igrejas. Cada uma agrada um tipo de público, afinal é esse público que mantem a instituição e seus investimentos.
Vamos ao texto...

CONSTANTINO, LACTÂNCIO E O CRISTIANISMO IRREFORMÁVEL...

Depois da Era Apostólica Original, a comunidade mais ampla dos discípulos que permaneciam fiéis à Palavra dos Apóstolos, já mortos, estava cansada...; e as coisas somente pioravam... 
Já tinham passado por dez grandes perseguições gerais, muitas outras em regiões especificas e infindas de natureza individual e pessoal. 
Os Apóstolos haviam dito que “o tempo estava próximo”; mas eles próprios haviam partido e o Senhor não voltava...
Enquanto isto os discípulos não sabiam se ficavam nas cidades ou se buscavam refugio nos montes, covas, florestas, regiões distantes, em cidades subterrâneas, ou nos infindos túneis que cavaram, como ainda hoje se vê em muitos lugares, especialmente em Capadócia, na Turquia.
Aos olhos deles todas as predições de Jesus e dos Apóstolos estavam já cumpridas, pois, tudo o que tinham visto nos últimos 280 anos eram guerras e rumores de guerra, revoluções, terremotos, vulcões poderosos e devastadores, pragas, mortes em quantidade impensável, pestes chacinadoras, como nos dias do Imperador Décio; além de que não lhes faltaram [de Nero em diante] inúmeros candidatos perfeitos ao posto de Besta e de Anti-Cristo na Roma/Babilônia, na Grande Meretriz, na Cidade das Sete Colinas. 
Entretanto, apesar de tudo, quanto mais sofriam, mais cresciam e se espalhavam; de modo que a perseguição sempre foi o maior espalhador das sementes do Evangelho pelo mundo, desde o tempo dos Imperadores Romanos.
Todavia, o Senhor não voltava...; as perseguições não cessavam; e nem o Império se convertia... 
Foi nesse tempo de cansaço de esperança, porém de crescimento pela perseguição, que surgiu o Imperador Constantino.
O Império estava dividido, enfraquecido, invadido. Somente se impunha pela força dos mercenários e das expansões feitas pela brutalidade; enquanto Roma sucumbia à devassidão, à lassidão, à volúpia, a dês-humanização...
Do mesmo modo que o Império estava enfraquecido, seus deuses também estavam; posto que não impediam as invasões bárbaras; nem as rebeliões de escravos; nem as revoltas das nações conquistadas; nem os terremotos, nem as pragas, nem os vulcões, nem davam aos romanos nada que não fosse por eles tomado no saque que faziam às nações que submetiam, ainda que nunca definitivamente...
O Senhor não voltava, mas Constantino apareceu... Aleluia!... Gritavam os crentes!
Metido na sua corte, como seu escriba, estava um cristão chamado Lactâncio. Foi Lactâncio o “profeta” de Constantino. Foi dele a interpretação de que o meteoro caído diante deles antes do ataque a Roma, para tomar o poder, era um sinal de Jesus de que Constantino era o “escolhido”, o “cristo da história”, o Imperador que, pela espada, imporia o Reino de Deus, ainda que a proposta fosse que o império romano de Constantino não teria fim, sendo uma espécie de “reino davídico dos cristãos” — o que se tornou realidade/engano pelo fato de a Igreja Católica Apostólica Romana ser a Roma de Constantino e viver até aos dias de hoje...
Lactâncio teve um papel fundamental na construção de Constantino como o Décimo Terceiro Apóstolo de Jesus, o apóstolo imperador, o apóstolo da espada, o apóstolo das glórias terrenas e da Igreja Triunfante na Terra, não nos céus. 
Foi de Lactâncio a inspiração de que o “tamanho da igreja e sua presença em todo o império” seria de grande valor político para Constantino. Foi dele a idéia de colocar a chamada Cruz de Constantino como novo Emblema do Império, substituindo a Águia.
Também foi dele a idéia de fazer da fé em Jesus uma Religião Oficial no Império. Sim, o escriba Lactâncio foi um cristão cansado de ser perseguido e que estava próximo demais do poder para não tentar influenciar em nome de Jesus...
Ora, Lactâncio começou apenas buscando mais tolerância para os cristãos, no entanto, depois de um tempo suscitou no Imperador a certeza política de que o grupo dos escravos amantes de Jesus era a melhor base de apoio que ele poderia ter no Império, dado ao tamanho e à capilaridade da igreja dos discípulos de Jesus.
Foi dele também a idéia de que o Imperador agradaria aos cristãos construindo Basílicas nos lugares mais históricos para a fé dos cristãos...
Ele foi a peça fundamental também na construção dos elos entre o Imperador e os bispos das igrejas locais, ainda escondidas e intimidadas. 
Da noite para o dia os bispos viravam eminências pardas.
Depois Constantino aprendeu a andar com as próprias pernas, manobrando os bispos na medida em que lhes dava poder...
Foi por tal poder que o antigo crescimento dos cristãos se perdeu, virando inchaço e adesão... Logo surgiram os sincretismos... A seguir a bruxaria tomou conta em nome de Jesus. Por outro lado, surgiram os eruditos oficiais dos ditos de Deus, os teólogos; tudo sob o patrocínio do Imperador.
Constantino continuou matando e sendo inclemente com muitos... Foi ele quem primeiro invocou em “nome de Jesus” o principio diabólico da guerra santa e da igreja de espada na mão.
As raízes do Cristianismo Constantiniano [aliás, o único Cristianismo, posto que Jesus nunca tenha fundado nenhuma religião ou Cristianismo] — determinam até hoje quase tudo aquilo que a “igreja” chama de “Deus”, de “Jesus”, de “Igreja”, de “Doutrina”, de “Poder”, de “Estado”, de “Direito”, de “Ciência Teológica”; e está presente em todas as formas de governo e disciplina na “Igreja”.
Ora, como Jesus não voltara, mas Constantino aparecera como um ladrão de noite, os crentes logo celebraram a vitória de Constantino como uma manifestação da vinda do Senhor de forma diferente; como reino glorioso feito pelo poder de um império de trevas...
Em menos de trinta anos um grupo de milhões de discípulos de Jesus, que viviam de modo singelo e hebreu no caminhar, se tornou o poder dominante de um Império, do maior de todos os Impérios, do Império Romano; e, assim, sem pestanejar, reinterpretaram Jesus e a Sua vinda; e celebraram o reino de Deus nas garras da Meretriz Oportunista, que agora apenas dava aos famintos a chance de transformarem pedras em pães, de pularem do Pináculo do Templo com a escolta de anjos imperiais, em troca de darem apenas apoio político ao Imperador, enquanto eles, agora não mais Igreja, mas apenas “igreja”, ganhavam todos os reinos deste mundo...
Praticamente ninguém mais conseguiu ser cristão sem levar alguma marca da Besta Constantiniana; sim, seja nos temas da vida; na idéia acerca de quem é Deus; ou acerca da Trindade [esquartejada em Nicéia]; ou da noção de influencia do Reino de Deus neste mundo; ou de guerra santa e justa; ou de evangelização; ou de teologia; ou de credo; ou de modo de governo; ou de importância humana e histórica; e de um monte de outras coisas... — que não nos tenham vindo como herança de Constantino; e que influenciaram toda a “Cristandade”; e que deram forma ao Cristianismo, que fizeram uma Dieta no Protestantismo, mas que nele não perderam o DNA; e que hoje estão revividas com todas as forças entre os Evangélicos, todos eles, mas especialmente entre os Neo-Pentecostais. 
Hoje Constantino tem no Brasil a cara de um Macedino!...
Constantino é o Pai do Cristianismo!... 
O Católico, ou Universal em Constantino, não são termos que têm o sentido da catolicidade e da universalidade do espírito de tais termos conforme o espírito do Evangelho.
Católico e Universal em Constantino são termos que significam exatamente aquilo que os termos Católico e Universal se tornaram no Cristianismo...
Sim, Constantino é o Pai do Cristianismo!... Somente ele; e Jesus esteve fora...; sempre...
Jesus esteve presente como apenas sempre apenas nos corações; mas nada teve a ver com toda a História da Igreja de Constantino para cá.
Jesus teve a ver com a história de milhões de pessoas, mas não com a História da Igreja de Constantino, que é todo o Cristianismo, especialmente em sua manifestação ocidental, ainda que o fenômeno tenha sido “católico” em sua influencia “universal” do reino imperial de “Deus”...
Esta é a razão de a “igreja” ser tão diferente de Jesus e tão semelhante a Constantino.
Sim, pois o espírito do Cristianismo sempre foi e será “romano” em seu DNA; e tal espírito é anticristo em relação ao Evangelho de Jesus.
Somente o diabo faz de conta que não foi e não é assim!
Sim, mano, olhe no espelho e veja que você é a cara do Imperador Constantino; pois, se seu espírito é do Cristianismo, então, é de Constantino que você é filho!
É por esta razão que eu creio que o Cristianismo é irreformável...
Nele, em Quem não tenho nenhuma dúvida acerca do que disse acima,
Caio Fábio (10 de novembro de 2009)

Retirado do site www.caiofabio.com (http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05510)

Ledinei Espindula