Já ouviram falar da historinha de que a cobertura espiritual é
semelhante à um guarda-chuvas? Na verdade é mais uma analogia para ilustrar a
"doutrina da cobertura espiritual" QUE INVENTARAM NA IGREJA MODERNA.
VEJA ABAIXO O QUE UM CONHECIDO BISPO DE UMA IGREJA NEO-PENTECOSTAL COLOCOU A RESPEITO DO ASSUNTO:
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"Quando você estuda a Bíblia percebe,
entre outras coisas, a importância da cobertura espiritual sobre nossas vidas.
Cobertura esta manifestada através da Igreja e de suas autoridades delegadas.
A cobertura espiritual é o condutor do que a Igreja pode nos
oferecer. Como a Igreja é o Corpo do nosso Senhor Jesus, tudo o que o Senhor
Jesus pode fazer em nós e através de nós acontece quando estamos sujeitos à
cobertura espiritual.
Um famoso escritor cristão chinês comparava a autoridade espiritual
como um guarda chuva. O guarda chuva nos protege de sermos molhados bem como a
cobertura espiritual impede-nos de sermos contaminados pelo mundo.
Foi Deus que instituiu a cobertura espiritual em nossas vidas, e
segundo o Apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, ela foi constituída para o
nosso bem. Ela é importante para nossa vida, pois demarca limites em nossas
vidas.
Uma árvore para crescer bem, bonita e na direção correta deve ser podada
sempre. Um cristão para crescer segundo a vontade de Deus, na direção correta,
necessita de uma pessoa para “podá-lo” quando necessário.
Estabelecer limites em nossas vidas é muito importante. Um pai cria
bem seus filhos através de limites estabelecidos que moldem o caráter da
criança. Quando cresce, será uma pessoa com caráter bem formado.
O nosso Deus é um pai bondoso e atencioso. Como bom Pai que é Ele
estabelece limites para crescermos saudáveis e através da autoridade espiritual
por Ele constituído é que somos edificados para este crescimento.
Reconheça a cobertura espiritual de Deus para a sua vida. A
cobertura da Igreja, pois com ela você poderá declarar que “nenhuma arma
forjada contra você prosperará”, pois este é seu direito como membro coberto da
Igreja de Jesus."
Autor: Bispo Fábio Sousa
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Bom, vamos lá...
A primeira coisa que devemos analisar: É Bíblico o ensino da cobertura
espiritual?
Frank Viola, em seu livro "Quem é tua cobertura?" coloca uma
análise profunda sobre este tema, ele coloca de maneira exegeticamente correta
uma refutação a respeito, veja abaixo:
"É surpreendente que a palavra “cobertura” apareça apenas uma vez em
todo o NT. É usada referindo-se à cabeça coberta da mulher (1 Cor. 11:15). Ao
passo que o Antigo Testamento (AT) utiliza pouco este termo, sempre o emprega
referindo-se a uma peça do vestuário natural. Nunca é utilizado de maneira
espiritual ligando-o a autoridade e submissão.
Portanto, a primeira coisa que podemos dizer acerca da “cobertura”
é que há escassa evidencia Bíblica para construir-se uma doutrina. Não
obstante, incontáveis cristãos repetem como papagaios à pergunta
“quem-é-tua-cobertura?” e insistem nela como se fosse a prova do ácido que mede
a autenticidade de uma igreja ou ministério.
Se a Bíblia silencia com respeito à idéia da “cobertura” o que é
que se pretende dizer com a pergunta, “Quem é tua cobertura”? A maioria (se
insistíssemos) formularia esta mesma pergunta em outras palavras: “A quem você
presta contas?”.
Mas isso suscita outro ponto difícil. A Bíblia nunca remete a
prestação de contas a seres humanos, mas exclusivamente a Deus! (Mat. 12:36;
18:23; Luc. 16:2; Rom. 3:19; 14:12; 1 Cor. 4:5; Heb. 4:13; 13:17; 1 Ped. 4:5).
Por conseguinte, a sadia
resposta Bíblica à pergunta “a quem prestas contas?” É bem simples: “presto
contas à mesma pessoa que você, a Deus”. Assim, pois, é estranho que tal
resposta provoque tantos mal entendidos e falsas acusações.
Deste modo, embora o tom e o timbre do “prestar contas” difira apenas da
“cobertura”, a cantilena é essencialmente a mesma, e sem dúvida não harmoniza
com o inconfundível canto da Escritura.
Trazendo à Luz a Verdadeira
Pergunta que se Esconde Atrás da Cobertura Ampliemos um pouco mais a pergunta.
Que é que se pretende realmente dizer na pergunta acerca da “cobertura”?
Permito-me destacar que a verdadeira pergunta é, “Quem te controla?”.
O (maléfico) ensino comum acerca da “cobertura” realmente se reduz
a questões acerca de quem controla quem. De fato, a moderna igreja institucional
está construída sobre este controle.
Consequentemente, a
gente raras vezes reconhece que é isto que está na base da questão, pois se
supõe que este ensino esteja bem ancorado nas Escrituras. São muitos os
cristãos que crêem que a “cobertura” é apenas um mecanismo protetor.
Assim, pois, se examinarmos o ensino da “cobertura”, descobriremos
que está baseado em um estilo de liderança do tipo cadeia de comando
hierárquico. Neste estilo de liderança, os que estão em posições eclesiásticas
mais altas exercem um domínio tenaz sobre os que estão debaixo deles. É absurdo
que por meio deste controle de direção hierárquica de cima para baixo se afirme
que os crentes estejam protegidos do erro.
O conceito é mais ou
menos o seguinte: todos devem responder a alguém que está em uma posição
eclesiástica mais elevada. Na grande variedade das igrejas evangélicas de pós
guerra, isto se traduz em: os “leigos” devem prestar contas ao pastor. Que por
sua vez deve prestar contas a uma pessoa que tem mais autoridade.
O pastor, tipicamente, presta contas à sede denominacional, a outra
igreja (muitas vezes chamada de “igreja mãe”), ou a um obreiro cristão
influente a quem considera ter um posto mais elevado na pirâmide eclesiástica.
De modo que o “leigo”
está “coberto” pelo pastor, e este, por sua vez, está “coberto” pela
denominação, a igreja mãe, ou o obreiro cristão. Na medida que cada um presta
contas a uma autoridade eclesiástica mais elevada, cada um está protegido
(“coberto”) por essa autoridade. Esta é a idéia.
Este padrão de “cobertura-responsabilidade
em prestar contas” se estende a todas as relações espirituais da igreja. E cada
relação é modelada artificialmente para que encaixe neste padrão. É vedada
qualquer relação fora disto – especialmente dos “leigos” com respeito aos
“líderes”.
Mas esta maneira de pensar
gera as seguintes perguntas: Quem cobre a igreja mãe? Quem cobre a sede
denominacional? Quem cobre o obreiro cristão?
Alguns oferecem a fácil
resposta de que Deus é quem cobre estas autoridades “mais elevadas”.
Mas esta resposta enlatada demanda outra questão: O que impede que
Deus seja diretamente a “cobertura” dos “leigos”, ou mesmo do pastor?
Sem dúvida, o
problema real com o modelo “Deus-denominação-clero-leigos” vai
bem além da lógica incoerente e danosa a que esta conduz. O problema maior é
que este modelo viola o espírito do Novo Testamento, porque por trás da
retórica piedosa de “prover da responsabilidade de prestar contas” e de “ter
uma cobertura”, surge ameaçador um sistema de governo que carece de sustento
bíblico e que é impulsionado por um espírito de controle."
O ensino do "guarda-chuvas" referindo-se
à cobertura espiritual se encaixa exatamente neste sentido que Frank Viola
explicou acima, seria uma espécie de "proteção espiritual" de líderes
para com seus "controlados" membros da igreja. Quem estiver debaixo
da cobertura, estará protegido de ataques do maligno, de doenças, de crises
financeiras, etc., como um guarda-chuvas protege da chuva.
O Bispo erra em afirmar
que o crente tem que estar debaixo de uma cobertura para se proteger, pois com
isso ele nega a responsabilidade individual de cada um perante seus atos (Rm
14:12), e o pior, condiciona um poder de proteção espiritual para eles mesmos
que só Jesus pode nos dar. O Bispo afirma que "o agir de Jesus" no
crente está condicionado ao mesmo estar debaixo da cobertura deles. Um absurdo!
Onde está isso na Bíblia?
Se alguém pecar, não
vai ser uma "cobertura" que vai livrar esta pessoa das consequências
de seu pecado. E também não vai ser uma "cobertura eclesiástica" que
vai livrar o Cristão da "contaminação do mundo". A santificação do
Cristão agora depende de cobertura espiritual?
Este ensino escraviza e acomoda o
Cristão à uma falsa proteção de líderes que, na verdade estão interessados em
somente controlar e manipular os membros de suas mega-congregações. É Deus quem
nos guarda e protege e não um líder eclesiástico com sua falsa doutrina de
"cobertura de controle".
O referido Bispo erra também
na afirmação de que nas igrejas existem "autoridades delegadas" que
seriam os líderes eclesiásticos. O mesmo cita Romanos 13 para averbar que o
Cristão deve se submeter as "autoridades delegadas por Deus".
Claro que temos
obrigação de nos submeter as autoridades conforme esta passagem nos mostra,
porém estas autoridades citadas em Romanos de maneira alguma são os líderes
eclesiásticos! Na verdade o contexto da passagem não dá margem para tal
afirmação.
Romanos 13, pelo contexto, é direcionado especificamente as “autoridades
governamentais”. Não há evidência nem margem exegética nenhuma para afirmar que
“também” é direcionada a “autoridade eclesiástica”. Quem afirmar o contrário
estará torcendo o texto sem respeitar o contexto, desrespeitando assim as
regras de exegese e hermenêutica!
Para se ter uma idéia
desta tamanha distorção, Jesus foi bem categórico quando falou sobre este mesmo
assunto:
"Então, Jesus, chamando-os,
disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais
exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser
o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Mt
20:25-28 (Grifo meu).
Nesta passagem a
Bíblia nos narra quando a mulher de Zebedeu, mãe de Tiago e João veio até Jesus
com seus filhos para pedir-lhe que colocasse em seu reino os mesmos em posição
de honra e autoridade ao lado direito e esquerdo de Jesus.(vs 21). Porém Jesus
foi categórico com eles, como podemos constatar nos versos seguintes.
Será que Paulo em Romanos estaria se contradizendo com JESUS sobre
o tema? Com certeza não, quem se contradiz são aqueles que afirmam que Rm 13 é
direcionado também para a autoridade eclesiástica.
Não existe base bíblica neo-testamentária
para que um crente tenha autoridade espiritual sobre outro crente. Isso é
invenção de líderes dominadores que querem manipular e controlar o rebanho da
Igreja de Cristo.
A única autoridade espiritual que existe na igreja
perante os crentes é JESUS. A Bíblia diz em Mt 28:18 “Toda autoridade me foi
dada no céu e sobre a terra”. (grifo meu)
Portanto, que fique este alerta contra esses líderes dominadores
que, na verdade visam somente o controle absoluto de seus membros para
interesses próprios. Você que é membro desta denominação tome cuidado. Analise
tudo o que é ensinado em sua Bíblia, sem medo, seja nobre igualmente como os
Bereianos de Atos 17:11 foram. Saiba que, fazer isso não é pecado de rebeldia,
conforme muitos dizem por aí, pelo contrário, é bíblico e correto (1 Ts 5:21, 2
Tm 4:2-5).
Ruy Marinho - Blog Bereianos.
Soli Deo Gloria!
Postado por Ledinei Espindula